sábado, 21 de agosto de 2010

Para um





Nessa dança toda nem tinha percebido. Para ele, é pouco mais que um envolver-se entre pernas e apertos. Pouco mais, nada tão além. Pensava nele como criança ainda, naquele faz tempo que achava engraçado.

Mas ele cresceu e esqueceu daquela outra imagem dela. Tomou para si a visão de um corpo pra se ter às escondidas, ter prazer e tomar com força. Uma coisa bruta que palavra não consegue relatar.

Foi estranho quando viu seus olhos grandes diferentes, cheios de uma vontade que não dizia nada. Nada que lhe interessasse. Porque já sabia que não havia caminho nenhum pra voltar à cena da infância, tão calma e inocente.

Perdeu a graça. Ficou escuro. Virou só carne. Passou o tempo. Deixou a marca. Jogou fora. Gastou com o vento. Esqueceu e fim. Deixa pra lá!

Gabriela Simões

4 comentários:

  1. deixa pra lá, Gabi!

    mas há sempre qualquer coisa que doi
    um pouco

    embora faça tempo
    e gaste com o vento

    ...e a sua escrita está bem mais bonita

    com esse jeitinho de português de além-mar!

    um beijo

    Manu

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  2. é!


    Deixa pra lá! vai passar!

    Amei seu blog!

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  3. então Pássaro

    onde é que está a tua voz?

    um beijinho

    manuela

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  4. verdade, "há sempre algo que dói um pouco"!

    Mas não é por isso que iremos desistir, não é?

    Seguiremos com dores e prazeres, erros e acertos, mas INDISCUTIVELMENTE vivendo!

    Beijos, queridas!

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