domingo, 20 de dezembro de 2009

Duas tatuagens


Num bar escuro e lotado
Os dois procuravam distração.
Ela havia partido o coração,
Ele já estava muito cansado.
Não que ela também não estivesse.

Acharam um no outro
Uma saída fácil pra esquecer
A dor que crescia como monstro
Dentro dos peitos prontos para se aquecer.
E cada um que mais quisesse.

Música, mãos e quadris.
Olhos, bocas, codinomes.
Tudo o que ela nunca quis.
Naquela noite dois insones...
Nada que não se esquecesse.

A noite acabou rápido,
Dormiram tranquilos e sóbrios.
Ela olhou no espelho seu rosto pálido,
Ele recolheu-se com seu sorriso e vazio próprios.
Antes que a-manhã chegasse.

E depois caminharam separados,
Um em cada calçada.
Conseguiram livrar-se dos cansaços
Sem deixar marca visível tatuada...
Mas, olhando bem, a tatuagem era coisa que na alma se enxergasse.

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