sábado, 7 de novembro de 2009

Zé Ninguém na torre






Lá de cima da torre
Diz seus versos para o Céu,
Para as antenas e nuvens.
Grita com seu sorriso podre
Parecendo um réu
Implorando que vejam, como ele, aquelas imagens.

Moleque que rouba nem sempre é por mal.
Menino que pede nem sempre é marginal.
Moleque que cheira nem sempre procura a onda.
Menino malabarista nem sempre quer despistar a ronda.
Moleque no Capibaribe nem sempre acha divertido.
Menino todo sujo nem sempre é estilo seguido.

Por isso que ele grita
Bem lá do alto pra todo mundo ouvir,
Mas parece não adiantar que repita.
Ouve: - Conversa pra boi dormir!
É só mais um que agita
E ninguém olha pra cima porque a vida tem de seguir.

Não tem ninguém na torre, Zé.
Zé é ninguém na torre.

Um comentário:

  1. Existem muitos Zés espalhados por esse mundo de meu Deus.Um dia te ouvem,Zé.Um dia te veem...

    Anda Zé, o mundo não pára...


    ...

    Boa,gostei.


    Beijinhos

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