terça-feira, 23 de novembro de 2010

Lua CHEIA



Aquela Lua hipnotizou de um jeito,que só podia olhá-la. Refletindo seu branco cada vez mais espalhado pelo preto do mar. Ela ficava mais distante, mas sugava tudo para dentro de si. Assim como quem não se importa com ninguém.

Do outro lado havia um veleiro iluminado, que seguia para dentro e lentamente fazia sua rota, de não sei pra onde ir. Luzes vermelhas e amarelas, tão alegres que se via de muito longe. Ele terminou por sumir, sem nenhuma satisfação.

Por alguns instantes fiquei melhor, esqueci o que me fazia cansada, deixei-me ir junto com eles, junto com quem estava ao meu lado, segurando minha mão e livrando o meu corpo daquele vento frio. E fomos só nós quatro por um momento.

Então percebi que há como escapar. Há como acalmar-se por algum tempo. É só olhar pra cima com atenção. Só fechar os olhos e respirar fundo, que ficamos prontos para começar tudo de novo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010








É bem verdade que nos lembramos, às vezes, do que já passou bem longe. Não importa se as pessoas nos fizeram mal e deixaram uma marca estranha no nosso rosto ou no nosso peito. Em algum momento lembramos delas.

Se há saudade até do pouco que conhecemos, por que não haver do muito que soubemos, ou pensamos saber, de alguém que olhávamos com tanta atenção. Mesmo que tenha acabado já essa visão, lembramos de um andar, um sorriso, um jeito. Não somos nós quem mandamos nas imagens que se formam em nossas mentes, ela reconhece movimentos já vistos e compara-os com o que vemos em certos instantes.

E nos privar disso tudo é besteira. Quem existiu em nossas vidas, existirá para sempre.