sexta-feira, 21 de maio de 2010

Posso ser...





Eu sou um barco, que vai e volta pelos rios e mares, águas sujas, águas limpas.Mas me perco sempre pelos mesmos caminhos.Não consigo controlar muito bem minha vela. É o que parece ser.

Eu sou um rio, que afoga os outros e se arrepende quando vira tudo um breu só, seja no céu, seja no mar. Posso ir calmo, acalentando corpos e faces lisas e limpas. Posso ir correndo, só pra satisfazer um desejo efêmero.

Eu sou um pescador, que vai tirando das águas seu alimento, tão cansado e tão forte como o animal que sofre em suas mãos. Chego quase do mesmo jeito que saí. Está tudo bem.

Eu sou um peixe-camaleão, tão colorido como eu só, tão uno como um par bem feito. Nado despreocupado sem me importar com a dor que sentirei na boca e no peito, depois, quando vierem me avisar da chegada do fim.

Gabriela Simões

terça-feira, 11 de maio de 2010

ama é?






Desculpe, mas não acredito nesses amores tão grandes que surgem em poucos dias. Em tantos EU TE AMO que aparecem não-sei-de-onde para tomar conta das línguas, dos recados, dos telefones e principalmente de todos os diminutivos possíves, imagináveis e inimagináveis também.

Não me diga eu te amo assim como quem troca de par, como quem muda a roupa,como quem caminha. Essas coisas não existem sem que haja tempo. Amor é como uma semente regada.. clichê,mas verdade. Dois ou três dias nãooo! Tempo mesmo, que valha a pena contar.

Acredito no amor. Não acredito no amor. Amor existe na minha mãe,que faria qualquer coisa por mim; no meu irmão, que cuida de mim como se uma parte do seu corpo fosse eu; no meu amigo que diz a verdade na minha cara pra eu acordar e crescer.

Deculpe, mas não acredito mesmo nesse amor de EU TE AMO vir só do CORPO, sem vir do ESPÍRITO.